quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Carnaval e Jegue.




Na Bahia coisas estranhas acontecem todos os dias, nasci aqui, amo esta terra e não pretendo mudar, mas confesso a todos que algumas coisas ainda me impressionam. Acredito que alguns órgãos são extremamente necessários para o ordenamento social, mas existem exageros que beiram o espetáculo. Proibir tocar outro ritmo que não o forró no São João mesmo dentro de festas privadas, proibir jegue na Lavagem do Bonfim e no Carnaval entre outros impropriedades descabidas a estes órgãos.  
São pessoas que querem aparecer como ditas “civilizadas”, deveriam proibir crianças de catarem latinhas no carnaval e na Lavagem do Bonfim, seria mais justo. Sou totalmente contra maus-tratos a animais quaisquer, mas sou a favor dos jegues e cavalos nas festas populares pois é o único momento em que estes animais são “prestigiados”, enfeitados e demonstram serventia numa sociedade que trocou os animais de tração por motocicletas poluentes e barulhentas. É a dita modernidade que “atravanca o progresso”. Parafraseando o personagem de Dias Gomes na figura de Paulo Grancindo, “é com a alma lavada e enxaguada” que observo muitos palhaços para um circo tão pequeno. Triste Bahia tão quão dessemelhante.