quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

 

E agora?

Depois de muitas expectativas em uma das eleições mais comentadas dos últimos governos, finalmente o resultado demonstrou o que os analistas já previam, Bolsonaro comprou o Centrão e elegeu os presidentes do Senado e da Câmara Federal. Primeiro erro, não comprou, alugou por um preço altíssimo e quem vai pagar a conta nós já sabemos. Imagino o que seus eleitores e apoiadores estão sentindo de verdade, fingindo uma certeza que vociferam nas redes sociais para demonstrarem que não se arrependeram e estavam certos, mantendo a vaidade em alta. A verdade é que a grande maioria já percebeu que foi enganado e agora é tarde. Obviamente que existem milhões que não foram enganados, votaram porque se identificam com o discurso do atual mandatário da nação, porem poucos admitem esta identificação, preferindo utilizar outros argumentos que visam justificar as suas escolhas.

A pergunta que movimenta milhões de famílias que não embarcaram neste salto no abismo desde de 2018 é o que levou Jair Bolsonaro a ser eleito presidente do Brasil? Uma pessoa que em um primeiro momento não apresentava nenhuma virtude aparente que o conduzisse a tão alto posto, a não ser a dita “honestidade” que desde o inicio do seu mandato passou a ser questionada por vários episódios como o de Wal do Açai, as rachadinhas com o Queiroz, os anos passados no partido de Maluf entre outras acusações que seguem na ordem do dia.

As desculpas do governo vão ter que ficar no passado com a direção das duas casas apoiando Bolsonaro e suas pautas, principalmente as relacionadas aos costumes, pense no projeto que quer isentar militares de punição em ações cometidas durante operações, projeto que atinge diretamente todos os pobres do Brasil principalmente os moradores das favelas ou comunidades palavra que é mais utilizada hoje, como se a palavra mudasse a realidade dessas moradias. Diuturnamente pessoas inocentes são assassinadas em ações desastrosas em todo o país e poucos responsáveis são responsabilizados e punidos. Agora imagine termos mais de quatrocentos mil 007 com licença para matar. Lembrando que essa licença é seletiva e só poderá ser usada com pessoas desfavorecidas socialmente em locais também desfavoráveis de moradia.

Outra pauta é a regulamentação da educação domiciliar que certamente mais uma vez interessa a uma dita “elite” que terá meios de educar seus filhos em casa, já que uma família trabalhadora com salários básicos para a sobrevivência, dificilmente, em condições normais terá condições de educar seus filhos no chamado modelo homeschooling. O grande problema neste modelo é a convivência dessas crianças, futuros adultos com a diversidade já que o que será, em tese, comum neste contexto será uma visão mais hermética do mundo com base em convicções familiares em todos os aspectos, principalmente no âmbito religioso, social e de costumes no geral.

O que temos atualmente é só a ponta de um iceberg que congelou corações e mentes de pessoas que outrora eram consideradas gente de bem ou do bem e que agora fazem parte de uma horda que parece ter saído da serie The Walking Dead e que reproduzem um discurso de décadas atrás, como os opositores da vacinação, lembrando a Revolta da Vacina ou até mesmo de séculos atrás como os que defendem que a terra é plana. Vamos esperar os próximos capítulos dessa serie de terror e torcer para que no final dê tudo certo ainda que errado. Anos sóbrios esses que vivemos.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015


domingo, 8 de abril de 2012

Custo Brasil


Nunca conseguiremos entender como o custo de vida no Brasil pode ser tão alto, quando comparado com outros países com renda bem superior. No comparativo com os Estados Unidos, por exemplo, ficamos até furiosos ao imaginarmos que lá os preços da maior parte dos produtos são muito menores que os praticados aqui, sendo que a renda média de um cidadão estadunidense é bem superior. Imaginar um cidadão norte americano médio vivendo com um salario mínimo brasileiro é mesmo que risível R$ 622,00 (seiscentos e vinte e dois reais), convertido para dólar a uma cotação de R$1,82, teremos um salario de US$ 322,00 (trezentos e vinte dois dólares). Agora fazendo comparações simples ficamos meio abismados com as discrepâncias entre as duas realidades, um Fiesta Hatch, da Ford, por exemplo, cotado no dia 07 de abril de 2012 em ambos os países, tem valor inicial nos Estados Unidos de US$ 15,670 equivalente a R$ 28.520,00, no Brasil o mesmo automóvel sai a partir de R$ 45.950,00 com a mesma cotação de R$1,82, isto sem contar os itens básicos que este veiculo já possuiu na América do Norte e que no Brasil são opcionais com custo adicional. Qual é o mistério então? Os brasileiros comprovadamente não são mais ricos proporcionalmente do que os estadunidenses. Será então mais bobo? Usando um adjetivo bem lúdico.
Alguns “especialistas” atribuem às distorções, a carga tributaria do Brasil, considerada uma das mais altas do mundo, mas ainda assim não consegue explicar tamanha discrepância se compararmos o poder aquisitivo e a qualidade de vida de um cidadão estadunidense com um brasileiro da mesma classe social, o que percebemos é que pela lógica, os preços aqui teriam que ser menores que lá. Outro fator que vem sendo bastante debatido e também responsabilizado pelos altos preços é à margem de lucro das empresas no Brasil que parece ser também bem superior a de outros países e este fator não vale apenas para as montadoras de automóveis, mas para outros setores também como alimentação, por exemplo, e ai entra o referencial do índice Big Mac, da famosa lanchonete Mac Donald´s que no Brasil apresenta um dos preços mais altos do planeta.
O chamado Custo Brasil que tudo onera é o novo, mas velho, dragão que precisa ser exterminado assim como a hiperinflação que devorava o suor do povo brasileiro. Precisamos atualmente exterminar os exterminadores da nação que são os corruptos e os corruptores que consomem uma boa parte do trabalho do povo brasileiro nas sangrias do esforço da nação, além dos outros entraves logísticos de todas as ordens.
Diuturnamente vemos os escândalos de corrupção que corroem boa parte das licitações públicas que têm como objetivo possibilitar a redução de custos das compras estatais, possibilitando investimentos melhores em educação e saúde, por exemplo, e que fazem com que os valores fiquem muito superiores a compras sem licitações públicas devido aos desvios de verbas.
Uma das soluções que já é notória para toda a sociedade é o investimento em educação que possibilitará um controle maior da sociedade no direcionamento dado aos impostos pagos pelos contribuintes e que são desviados para projetos pessoais, reforçando o patrimonialismo secular que chegou às terras brasileiras com os portugueses e que permanece enraizado nas “praticas” publicas da nação, onde a chamada “ponta” virou uma “lei do submundo” da administração pública brasileira e que acomete todos os tipos de instituições públicas e até privadas com menor fiscalização. A pergunta costumeira de alguns gestores públicos de “quanto será a minha ponta?”, não espanta as pessoas que realmente acompanham o noticiário diário neste país e percebem que a corrupção para alguns nem é sinônimo de vergonha e sim de “inteligência”, fulano foi “esperto” ganhou uma “ponta boa”, demonstrando uma crise moral que acomete a nação desde sua fundação.
    Estados Unidos - Fiesta - R$ 28.520,00
    Brasil - Fiesta - R$ 45.950,00
A conta do Custo Brasil é paga por todo o povo, é como se fosse uma ferrugem secular que não possibilita a engrenagem funcionar a pleno vapor para levar o desenvolvimento e a qualidade de vida a toda a população que mais precisa, parecendo não constar nas maiores preocupações da população brasileira, que não percebe que seu sangue é sugado por um pequeno grupo que não está interessado no desenvolvimento do país e sim no “desenvolvimento” econômico privado, inconsciente e cruel.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A corrupção no Brasil


     Diuturnamente são descobertos novos casos de corrupção no Brasil, é mesmo impressionante como isto já virou rotina nos meios de comunicação do país, não causando mais nenhuma surpresa a população em geral, se é um funcionário de serviços gerais ou a presidente da República que esta envolvida. As revistas e jornais tentam vender mais exemplares estampando em suas capas ditos “furos” de novas fraudes, mas o que se observa é que a grande massa está mais preocupada com a gravidez de uma celebridade ou o “grande” gol de um craque de renome do que com escândalos políticos que não passam na novela da Tv.
     Parece que a população em sua maioria, se acostumou com esta vergonha nacional e já não causa mais nenhuma surpresa fatos que em outras nações derrubariam governos inteiros. Podemos imaginar se o Watergate ocorresse no Brasil hoje o que será que ocorreria com a presidente, independente de ser Dilma Rousseff ou qualquer outro, certamente acabaria em “pizza”, jargão popular que entrou para o vocabulário nacional, expressando a impunidade que atinge geralmente os “grandes” do país.
     Será que o povo brasileiro vai sempre continuar de braços cruzados mesmo com esporádicas manifestações anticorrupção, em alguma cidade, mas que já é esquecido no dia seguinte suplantada por mais um grande escândalo de algumas horas.
     Nos perguntamos como estes jovens que crescem tratando estes casos como “normais” se comportarão num futuro próximo onde estarão com a direção do país em mãos, qual será a repercussão deste período da história do Brasil, nos livros do futuro teremos o titulo “Os anos da Limpeza” ou “Os anos da impunidade” em referência ao combate a este mal que mesmo sutil, por parte dos poderes públicos, em relação ao montante, tem gerado discussões na sociedade sobre o que e ética, justiça, moral, dentre outros temas importantes que vêm gerando debates em alguns segmentos sociais.
     O papel da imprensa tem sido de fundamental importância para tentar moralizar esta nação, coerente é saber que este não é o momento de maior corrupção da história do Brasil, mas é o momento onde mais se revelou, ao grande público, casos que antes eram abafados para preservar interesses de A, B ou C. Mesmo sabendo que todo veiculo de mídia tem interesses próprios, que vão de encontro à de outras empresas é com este antagonismo que a população vem ganhando, e muito, com revelações que antes poucos tinham acesso, possibilitando uma revolução que ainda não chegou e que precisa acontecer, a revolução moral, familiar e educacional, que fará com que toda a população se interesse pelos problemas do país, percebendo que o custo da corrupção é pago por nós, e é muito alto. O dinheiro que é sugado da nação por estes vampiros poderia ser usado na melhoria substancial das condições de vida da população mais carente em todos os aspectos.
     Cabe a nós lutar pela diminuição dos casos de corrupção no Brasil, usando todas as nossas forças, pois só assim conseguiremos fazer uma nação realmente digna e consciente, onde todos perceberão que um desvio de verba no interior do Amazonas, interfere na vida de um morador de São Paulo capital.

domingo, 13 de março de 2011

RPA

sábado, 1 de maio de 2010

Salvador precisa do Salvador.

O que podemos esperar de uma cidade com três milhões de habitantes, aproximadamente, que carece de infra-estrutura básica em todos os campos? Este é o desafio da Salvador do século XXI que tem a obrigação de acompanhar o crescimento e o desenvolvimento de um Brasil que enfrenta também grandes problemas, com dificuldades de resolução em curto prazo.
Dois pontos extremamentes complicados são os transportes públicos e a violência, na verdade a locomoção na cidade como um todo, hoje é muito complicada e os antigos horários de pico são a qualquer hora do dia, temos uma frota de automóveis que cresce diariamente. O sonho do soteropolitano além da casa própria é o automóvel, para alguns este desejo até já ultrapassou a moradia, num primeiro momento, diante das facilidades do crédito. O que este crescimento mostra, antes de qualquer coisa é o descontentamento com um transporte público predominantemente rodoviário feito por ônibus que atende a maior parte da população, serviço precário com todos os tipos de problemas que possamos imaginar.
Diante de tantos contratempos a Prefeitura de Salvador adota os corredores exclusivos para ônibus, os quais não existem de verdade, apenas em poucos trechos observamos corredores como na Avenida ACM que passa pela Estação Iguatemi e na Avenida Garibaldi, por exemplo, a maior parte do que se chama de corredor exclusivo é uma faixa branca à direita da via, que a maioria dos motoristas soteropolitanos não respeita, principalmente nos engarrafamentos, assim como os motoristas de ônibus invadem as vias de automóveis e vice-versa. O transito da capital piora a cada dia, ao ponto do prefeito cometer o absurdo de culpar o financiamento de automóveis em longo prazo pelo caos do transito.
Um metrô que é uma piada, contada a população há dez anos, mas ninguém rir, pelo contrário. Quando for inaugurado certamente vai ser o menor e mais caro trecho de metrô do planeta, em uma cidade cuja população em sua grande maioria tem um poder aquisitivo baixo, foram jogados bilhões nos bolsos de alguns, que não serão julgados e condenados nunca. O metrô ainda não se sabe quando vai passar, mas o que podemos ter certeza é que mesmo com sua inauguração, ninguém sabe quando, diga-se de passagem, pouca coisa vai mudar no transito da cidade já que os seus 6 km pouco contribuirão para resolver os problemas de toda a cidade.
A violência vem aumentado a números alarmantes, infelizmente já podemos comparar, sem medo de errar, os índices de violência de Salvador com São Paulo e Rio de Janeiro. O que antes só atingia os moradores dos bairros periféricos, agora atinge todos, a Pituba, por exemplo, já é mais violenta que muitos bairros pobres da capital.
Pólo de atração de mão-de-obra em sua maioria de baixa qualificação, o crescimento vegetativo da cidade não é acompanhado pelo crescimento econômico e da infra-estrutura urbana, o que culmina em todo este caos social que vemos.
A solução para todos os problemas da cidade, ao que tudo indica, até o presente momento ninguém possui. Os governantes que tiverem a resposta, não poderão por em pratica por conta de um orçamento público estrangulado que atrasa até os salários do funcionalismo público.
O que o cidadão comum pode fazer para amenizar os problemas da capital? Realmente estamos de mãos atadas, reféns e prisioneiros de conjuntura de medo, ou melhor dizendo até de terror que assola todas as famílias. Ouço diariamente jornalistas no radio e televisão vociferar para os quatro cantos que não saem à noite de casa, mas o problema e que não tem mais hora para você ser assaltado ou até morto em algum latrocínio, os quais assistimos todos os dias nos meios de comunicação, além das pessoas que trabalham até altas horas, ou mesmo aquelas que saem dos seus trabalhos às dezoito horas, mas só conseguem chegar em casa lá pelas vinte, vinte duas horas, devido aos engarrafamentos. Será que ficarmos enclausurados vai resolver os problemas ou ira aumentar ainda mais a insegurança pela nossa omissão?

sábado, 27 de março de 2010

A Ponte de Salvador a Polêmica

Interessante como na Bahia tudo gera muita polêmica e uma ponte ligando Salvador a Itaparica não seria diferente. Lembro-me como se fosse hoje a primeira vez que estive na ilha, ainda muito criança, coisa de seus 3 ou 4 anos, minha mãe guarda as fotos em preto e branco, muitas saudades. A ilha naquela época era muita mais tranquila e sossegada, lembro do Convento que ficamos hospedados e da comida maravilhosa das freiras, das quais não me esqueço até hoje.  Acontece que alguns anos depois, chegar a Itaparica já era um pandemônio, lembro de viagens que fizemos as 2 horas da madrugada com hora marcada para não pegarmos as filas para o translado no ferry-boat que naquela época já era um inferno que desestimulava  qualquer cidadão que quisesse um pouco de sossego a se arvorar por esta epopéia, que era e é chegar a ilha usando o ferry. Houve muitos casos de conhecidos que iam e vão pela estrada gastando muito mais em todos os sentidos.
A ponte para Itaparica já naquela época era um sonho de muitos baianos, inclusive eu quando criança já imaginava tal obra a semelhança da Ponte Rio-Niteroi , ouvi muitos boatos que a Souza Cruz se propusera a construir a ponte em troca de benefícios fiscais, que a construtora Norberto Odebrecht também fez proposta similar mas que o então cacique ACM não aceitou, boatos, boatos e mais boatos populares. Hoje temos a possibilidade real de vermos este sonho concretizado e então surgem vozes contrarias prezando por coisas que infelizmente não se pode manter nas cercanias de uma capital de aproximadamente 3 milhões de pessoas.
João Ubaldo é um grande escritor isto poucos contestam, mas que vê a ilha apenas como recanto de paz e traquilidade nas suas férias quando sai do Rio de Janeiro e vem para a “província” de Itaparica apenas descansar. Será que ele já se perguntou de verdade como os moradores da ilha dos quais ele já retirou muitos personagens para suas obras sobrevivem, no interior de suas residências, se comem apenas peixe quando a pesca é boa? Obviamente que não vou defender o que muitos dizem, que a ponte vai gerar empregos para estas pessoas que passaram a vida pescando e mariscando entre outras atividades que a ilha oferece e não sabem fazer outra coisa, mas vou defender que existem milhares de moradores de Itaparica que já migraram para Salvador e demais cidades, não por desejo mas por necessidade de sobrevivência, pessoas que utilizam os serviços da capital como o sistema de saúde e de ensino dentre outros. Será que João já se perguntou quantas horas estas pessoas levam na fila para se deslocar da ilha para Salvador e vice-versa.
Na verdade consigo entender um pouco João, mas não aceitar seus argumentos, há uns anos atrás estive em Siribinha, um povoado distrito da cidade de Conde na Linha Verde, fiquei maravilhado com a rua de areia, é apenas uma, e a estrada de areia que leva ao povoado de pescadores. Uma paz que a muito não via, dormimos de portas e janelas abertas, um verdadeiro paraíso, para mim, para muitos moradores uma tristeza, sem emprego, renda, “desenvolvimento”, para mim tudo lindo, passei apenas uma semana e no final já gerava um pouco de monotonia, com poucas opções de atividades. Agora fui informado que o trafico de drogas tomou conta do povoado, viciando os poucos jovens que permanecem em Siribinha, e até pessoas mais velhas já estão viciadas, um horror que chega até nas localidades mais distantes. Contra o tempo não há argumento e o tempo traz o desenvolvimento ou o pseudo desenvolvimento, se fala em sustentável, mas sustentar uma explosão demográfica e de consumo não tem solução fora da educação.
A ponte virá, tomara. O que João Ubaldo e outros ditos intelectuais têm que entenderem é que como diz Belchior na musica “Como Nossos Pais”, o novo sempre vem, ele citou os saveiros a vela do recôncavo que quase não existem mais, mas ele outra vez não se questionou que hoje os barcos são de alumínio com motor, poucos querem depender dos ventos para trabalhar, além do quê o transporte rodoviário mudou tudo, para melhor? Não posso responder. Mas acredito que o desenvolvimento se faz necessário. Para quem mora em um maravilhoso apartamento a beira mar no Rio de Janeiro e ganha dinheiro escrevendo, e bem graças a Deus, se questionar como viver da pesca e da mariscagem sem acesso a muitos dos bens de consumo que o referido escritor usufrui, assim como das viagens que faz é difícil entende o porquê as mulheres com 35 anos estarem banguelas, e os homens decrépitos na Ilha. Estão por que a renda e a qualidade de vida são insuficientes para uma vida realmente digna e condizente com o mundo atual, estes moradores querem ter acesso a TV de LCD e notebook, e porque não? Só João pode? A ponte vai trazer isso? Certamente não para esta geração, mas quem sabe nas próximas, com acesso a um rede melhor de educação e transporte. Criticar uma ponte que vai beneficiar milhares destes moradores em prol de um sosseguinho nas férias uma vez por ano é no mínimo egoísmo e inconsciência, mas é a opinião dele e seus seguidores e temos que respeitar, lembro de meu pai que sempre me dizia “meu filho está miséria dos alagados já inspirou artistas do mundo todo, mas é bonito ver nas telas, mas só quem vive ai sabe o que passa” consigo fazer está analogia e lembro de outra composição a Exaltação à Mangueira, samba de 1956 de Enéas Brites da Silva e Aloísio Augusto da Costa “Mangueira teu cenário é uma beleza/Que a natureza criou, ô...ô.../O morro com teus barracões de zinco,/Quando amanhece, que esplendor”, beleza para quem vê mas para quem mora nos barracões de zinco será que é uma beleza?